Pais na Terapia: Continuidade em Casa. Quando a criança inicia a terapia, é essencial que o trabalho não se limite apenas às sessões clínicas. Neste sentido, o apoio dos pais em casa torna-se fundamental para o sucesso do tratamento. De facto, ao integrar as estratégias terapêuticas no quotidiano familiar, cria-se uma continuidade que permite às crianças desenvolver as competências necessárias de forma mais eficaz e consistente, ou seja, o trabalho terapêutico não se resume ao terapeuta e ao contexto terapêutico.
Objetivos do Apoio dos Pais na Terapia
Antes de mais, este apoio tem como objetivo principal reforçar as competências que a criança adquire durante as sessões de terapia. Ou seja, quando os pais aplicam as mesmas estratégias em casa, estão a oferecer oportunidades adicionais de prática, o que permite à criança consolidar e melhorar essas competências.
Além disso, esta colaboração próxima entre pais e terapeutas é essencial para garantir uma resposta integrada e coerente às necessidades da criança, que abrange não apenas a dimensão motora, mas também as áreas cognitivas e emocionais. Em suma, a intervenção em casa funciona como uma extensão natural do trabalho realizado nas sessões terapêuticas, contribuindo para um progresso mais sólido e duradouro.
Recursos Úteis para Pais Continuarem o Trabalho Terapêutico em Casa
A seguir, apresentam-se algumas estratégias práticas que os pais podem aplicar em casa para reforçar os objetivos terapêuticos.
1. Calendários Visuais
Estes calendários ajudam a organizar as atividades diárias da criança. Com efeito, permitem-lhe antecipar as tarefas, compreender melhor a sequência do dia e acompanhar o que já foi realizado, o que promove uma maior autonomia e previsibilidade.
Como fazer:
- Use uma folha A4 ou cartolina.
- Separe por dias da semana e momentos do dia (manhã, tarde, noite).
- Desenhe ou imprima ícones simples (ex: escovar os dentes, comer, brincar).
- Colocar os ícones com velcro para serem alterados de posição.
2. Jogos de Coordenação Motora
Por exemplo, atividades como quebra-cabeças ou jogos de encaixe podem ser muito eficazes no desenvolvimento motor fino e na coordenação visuo-motora. Além disso, são oportunidades de brincadeira e aprendizagem simultâneas.
Como fazer:
- Quebra-cabeças simples: Corte uma imagem (de revista ou impressa) em 4-6 partes grandes;
- Jogos de encaixe: Use tampas de garrafas com cores e tamanhos diferentes e recortes em cartão para encaixar;
- Caminhos com fita adesiva: Cole fitas no chão formando caminhos para andar sobre elas, promovendo o equilíbrio.
3. Cartões de Comunicação
Estes cartões podem ajudar a criança a expressar as suas necessidades de forma mais clara. Dessa forma, facilitam a comunicação tanto para a criança como para os pais, reduzindo frustrações e promovendo a autonomia.
Como fazer:
● Corte quadrados de papel/cartolina;
● Desenhe ou imprima imagens com ações básicas: “quero água”, “brincar”, “triste”, “abraço”;
● Use um porta-cartões, argolas ou mesmo uma caixa pequena para guardar;
● Ensine mostrando o cartão e dizendo a palavra correspondente.
4. Livros e Histórias
Livros sobre emoções ou competências sociais são excelentes ferramentas para os pais trabalharem a linguagem, a empatia e a regulação emocional com os filhos. Para além disso, ajudam a criança a identificar e compreender situações do dia a dia.
Como fazer:
● Escreva histórias curtas sobre situações do dia a dia da criança (ex: “O dia em que João partilhou o brinquedo”);
● Use bonecos ou figuras recortadas para representar as personagens;
● Deixe espaço para a criança escolher o final ou desenhar o que sentiu;
● Pode criar um “livro.
Pais na Terapia: Continuidade em Casa: Conclusão
Em resumo, o envolvimento dos pais na terapia é um dos pilares fundamentais para o sucesso do processo terapêutico. Ao aplicar as estratégias em casa de forma regular e consistente, os pais potenciam o progresso da criança e promovem um ambiente de desenvolvimento contínuo.
Mais importante ainda, a colaboração entre pais e terapeutas permite uma abordagem conjunta e personalizada, adaptada às necessidades reais da criança. Dessa forma, garante-se um percurso terapêutico mais eficaz, equilibrado e orientado para a autonomia e o bem-estar da criança.
