Durante o primeiro ano de vida, antes de tudo, o bebé vivencia uma parte fundamental do seu desenvolvimento. por conseguinte, surge frequentemente a pergunta: Será que o meu filho está a ter um desenvolvimento normal?
Ao longo deste período, ocorrem alterações significativas em todas as áreas do desenvolvimento. Essas mudanças, por sua vez, acontecem devido à maturação do sistema nervoso central, à necessidade de o bebé se adaptar ao meio envolvente e, sobretudo, à interação com os progenitores.
Como resultado, o bebé vai, progressivamente, melhorando o controlo muscular e a coordenação dos movimentos, através de diversas experiências.
Para o ajudar a responder à pergunta inicial – Será que o meu filho está a ter um desenvolvimento normal? –, apresentamos uma breve descrição das principais etapas do desenvolvimento do bebé, desde as 4 semanas até aos 9 meses.
4-6 SEMANAS
Motricidade global
Nessa fase, quando está de barriga para baixo, o bebé levanta a cabeça de forma intermitente. No entanto, se for tracionado pelas mãos, ainda não consegue controlar a cabeça.
Apresenta já alguns reflexos primitivos, tais como a marcha automática e a preensão palmar.
Quando colocado em posição sentada, mantém o dorso em arco.
As mãos continuam muito fechadas.
Sinais de alarme
- Ausência de qualquer tentativa de controlo da cabeça.
- Não segue a face humana com o olhar.
- Não reage ao som nem vira os olhos nessa direção.
- Dificuldade em manter-se alerta, alternando bruscamente entre sono e irritabilidade – um sinal de má regulação dos estados
3 MESES
Motricidade global
Nesta idade, o bebé consegue levantar a cabeça e o tronco, apoiando-se nos antebraços, quando está de barriga para baixo.
Além disso, quando está de barriga para cima, estica as pernas e dá pontapés de forma ritmada e simétrica.
Ao apoiar os pés, flete as pernas, mas ainda não faz força para ficar de pé.
Quando é puxado pelas mãos, mantém a cabeça alinhada com o tronco.
Começa também a abrir e fechar as mãos, brincando com elas e levando-as à boca.
Segura objetos, leva-os à face e agita-os.
Paralelamente, observa com interesse as caras e reconhece rostos e objetos familiares a curta distância.
Sinais de alarme
- Não fixa nem segue objetos ou rostos humanos.
- Não vira os olhos para sons, principalmente a voz humana.
- Não sorri.
- Não segura a cabeça.
- Mãos sempre fechadas, mesmo quando estimuladas.
- Membros rígidos em repouso.
- Sobressaltos ao menor ruído e pouca tolerância a sons.
- Choro e gritos ao ser tocado.
- Inatividade acentuada, com pouca exploração do meio.
6 MESES
Motricidade global
Agora o bebé levanta o peito do chão, com apoio nas mãos, quando está de barriga para baixo.
De barriga para cima, levanta a cabeça e os membros inferiores.
Descobre os pés, podendo agarrá-los e levá-los à boca.
Começa a rolar e a deslocar-se, mesmo que ainda de forma limitada, como um ponteiro de relógio.
Quando puxado pelas mãos, faz força para se sentar.
Pode já sentar-se sem apoio, embora ainda não apresente reações de proteção lateral.
Alcança objetos voluntariamente, faz preensão palmar, transfere-os de uma mão para a outra e pode segurar dois brinquedos ao mesmo tempo.
Sinais de alarme
- Falta de controlo da cabeça.
- Uso preferencial de um lado do corpo.
- Ausência de reação a sons.
- Ausência de vocalizações ou vocalizações muito repetitivas.
- Falta de interesse pelo ambiente.
- Apatia, sem estabelecer contacto visual.
- Irritabilidade extrema ao toque.
9 MESES
Motricidade global
Consegue manter-se sentado, sem apoios, durante cerca de 10 a 15 minutos.
Já tem reações de proteção lateral.
Coloca-se de pé com apoio, embora ainda não consiga baixar-se sozinho.
Desloca-se rastejando ou iniciando o gatinhar.
Preensão e manipulação
Explora objetos oralmente, aponta com o indicador, prime botões.
Faz pinça fina (apanha objetos pequenos como migalhas).
Deliberadamente atira objetos para o chão, explorando os limites do espaço e do próprio corpo.
Procura objetos que caem, demonstrando noção de permanência do objeto.
Sinais de alarme
- Não se senta.
- Permanece imóvel.
- Apresenta movimentos assimétricos.
- Não faz preensão palmar nem exploração oral de objetos.
- Não reage a sons.
- Vocaliza de forma monótona ou deixa de vocalizar.
- É apático e não reage a pessoas conhecidas.
- Engasga-se facilmente.
12 MESES
Motricidade global
Passa de deitado para sentado, com bom equilíbrio.
Desloca-se rastejando ou a gatinhar.
Coloca-se de pé e baixa-se com apoio.
Inicia a marcha com apoio.
Sinais de alarme
- Não se senta nem se põe de pé.
- Fica imóvel e não tenta mudar de posição.
- Não brinca com brinquedos ou utiliza apenas uma mão.
- Ausência de pinça fina.
- Não responde à voz, não vocaliza com sílabas múltiplas.
- Não brinca nem reage ao nome.
- Não mastiga sólidos
15 MESES
Motricidade global
Começa a dominar a marcha, embora com base alargada.
Pode ainda precisar de apoio, mas também pode já caminhar sozinho.
Demonstra lateralidade dominante, mas usa ambas as mãos.
Segura o lápis e começa a fazer marcas.
Coloca e retira objetos de recipientes.
Sinais de alarme
- Não se põe de pé ou anda constantemente em pontas.
- Não utiliza a pinça fina.
- Vocalizações ausentes ou incompreensíveis.
- Não demonstra interesse pelo ambiente ou pelas pessoas.
- Não reage a estímulos, não tenta comunicar.
- Não cumpre ordens simples.
2 ANOS
Motricidade global
Corre com segurança, chuta bolas, salta com os dois pés e sobe/desce degraus.
A lateralidade torna-se mais evidente.
Constrói torres com blocos, imita formas simples e vira páginas de livros.
Distingue cores e formas, agrupando objetos semelhantes.
Abre tampas de garrafas com rotação.
Sinais de alarme
- Não anda ou anda sempre em pontas.
- Deita objetos fora, sem qualquer construção.
- Não compreende ordens simples.
- Não possui vocabulário inteligível.
- Não imita, não interage, nem aponta ou pede.
- Faz birras desproporcionadas ou sem motivo aparente.
Em cada etapa do desenvolvimento, acompanhe-o, dando-lhe atenção, apoio, coragem e elogios, assim como proporcionando novas atividades ao longo da sua evolução: desta forma está a estimular o despertar sensorial e os progressos do seu filho.
Por isso, em cada etapa do desenvolvimento, acompanhe o seu filho com atenção, carinho e estímulo. Ofereça-lhe novas atividades que favoreçam o despertar sensorial e promovam os seus progressos.
E então, conseguimos responder à pergunta inicial – Será que o meu filho está a ter um desenvolvimento normal?
Se, apesar de tudo, persistirem dúvidas, não hesite em contactar-nos. A nossa equipa está disponível para esclarecer qualquer questão!