Mesmo antes de nós, seres humanos, adquirirmos a capacidade de comunicar através da fala, existem outros meios de comunicação que utilizamos como os gestões, contacto ocular, expressões faciais e atenção conjunta.
A atenção conjunta, por sua vez, refere-se à capacidade das crianças estarem envolvidos numa atividade em interação com outra pessoa durante um certo período de tempo sem interrupções. Este tempo de atenção conjunta pode variar de segundos a minutos ou até mesmo horas, dependendo do grau de envolvimento e motivação que a criança tiver pelo o que lhe está a ser oferecido.
A titulo exemplificativo, qualquer pessoa consegue ficar a fazer certas atividades do seu interesse durante bastante tempo, porém se realizar uma tarefa sobre um assunto que não gosta tanto, provavelmente não irá ficar em tarefa tanto tempo.
A atenção conjunta é, muitas vezes, um objetivo de intervenção em Terapia da Fala, exatamente pela promoção da interação e da comunicação.
Estratégias para a promoção da atenção conjunta em casa
Os pais, em casa, podem utilizar algumas estratégias para facilitação da manutenção da atenção conjunta.
Antes demais, é importante ter em conta o tempo de atenção das nossas crianças, umas conseguem aguentar 1 minuto em atividade e outras talvez 30 minutos. Por isso, é importante saber qual é o tempo de atenção das nossas crianças.
- Tente minimizar a exposição aos estímulos distratores (exemplo: desligar a televisão, arrumar os brinquedos do chão, etc);
2. Ter em atenção os gostos e interesses da criança e utilizar isso na interação
Observe a sua criança, o que ela gosta de fazer. Seja algum brinquedo em especial ou algum desenho animado em particular. Tente entender o que cativa realmente o seu interesse e utilize isso como forma de manter ou iniciar a interação.
3. Faça uma lista de ações motivadoras e inclua igualmente muito disso no momento da interação
Ou seja, ação motivadora é toda a ação que oferece à criança e a mesma demonstra querer que se repita (exemplo: fazer cócegas, balançá-la, entre outras).
4. Se a criança desligar da interação, convide a sua criança a voltar para a brincadeira ou atividade outra vez
Não queremos pressionar demasiado a criança. A insistência diminui, na maioria das vezes, o interesse da criança em continuar na atividade. Por isso, queremos dar-lhes espaço e não queremos forçar a interação, mas vamos tentar fazê-lo de uma forma fácil e divertida. Contudo, se a criança não for responsiva ao convite, vamos respeitar e voltar a juntar-nos à atividade que está a fazer.