Como pai/mãe, deverei estar preocupado com impacto da chupeta no desenvolvimento da linguagem do meu filho?
O uso da chupeta pode ser positivo se o bebé manifestar essa necessidade, não devendo a sua introdução ser forçada. A chupeta reduz o stress do bebé – não é por acaso que em inglês é chamada de“pacifier” (pacificador). Representa um problema quando o seu uso é constante e prolongado. Neste sentido, iremos abordar o impacto da chupeta no desenvolvimento da linguagem.
A partir do primeiro ano e até aproximadamente aos 15 meses, a utilização da chupeta deve ser reduzida ao máximo. Pois a sua utilização prolongada poderá representar menos oportunidades para a criança falar e brincar com os sons. Maximizar as oportunidades para o bebé falar irá otimizar as suas habilidades para desenvolver a fala e a linguagem. O uso da chupeta poderá então reduzir o número de oportunidades que o bebé tem ao seu dispor para falar. Mas por outro lado, ao tentar produzir sons com a chupeta na boca, a criança poderá desenvolver alterações na produção dos sons da fala.
Quando um bebé ou uma criança pequena balbucia, gesticula ou chora, e um adulto responde adequadamente com contato visual, palavras ou com um abraço, as conexões neurais são construídas e fortalecidas no cérebro. Estas conexões vão apoiar o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação. O uso da chupeta poderá reduzir as oportunidades para isto acontecer, uma vez que a produção de sons fica limitada. Esta relação adulto-bebé é essencial para o desenvolvimento e bem-estar do bebé. É esta dinâmica que vai desenvolver na criança a noção da importância que as palavras têm na sua vida.
Como pai/mãe/cuidador, o que pode fazer?
- Tente limitar o uso da chupeta apenas para dormir;
- Manter a chupeta fora do alcance/olhar;
- Poderá fazer o desmame da chupeta a partir dos 6 meses e antes dos 18 meses para prevenir alterações no desenvolvimento da linguagem e da fala;
- Em vez de oferecer a chupeta em momentos de tédio ou de instabilidade emocional, encontre formas dinâmicas de ocupar a criança, como por exemplo, realizar uma actividade divertida, ouvir/tocar um instrumento musical, ler-lhe um livro ou brincar com o seu brinquedo favorito.
No entanto, a decisão se deve ou não retirar a chupeta deve ser uma decisão pessoal de cada cuidador, pois só ele conhecerá melhor a criança.
O conselho é: seja persistente nas suas decisões e pense sempre no bem-estar da criança e no seu desenvolvimento.